O Comitê Permanente de Ações Estratégicas e Políticas para Equidade de Gênero com suas interseccionalidades no âmbito da CAPES foi tema de destaque na 5ª Conferência Nacional de Políticas para as Mulheres (CNPM). A presidente da CAPES/MEC, Denise Pires de Carvalho, ressaltou a importância do colegiado durante a conferência “Equidade de gênero nas instituições de educação superior e pesquisa”, realizada em 15 de agosto, na sede do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), em Brasília.
Os debates se concentraram em barreiras históricas enfrentadas por mulheres no meio acadêmico, como o teto de vidro – entraves para ascender a posições de liderança – e o efeito tesoura, que representa a queda da participação feminina em etapas mais avançadas da carreira.
Segundo Denise Pires de Carvalho, mesmo representando 54% das matrículas na pós-graduação em 2025, as mulheres ainda são minoria no quadro de pesquisadoras e docentes. Elas predominam apenas nas áreas de Saúde, Letras, Linguística e Artes, permanecendo sub-representadas em Engenharias e Ciências Exatas e da Terra.
A presidente também chamou atenção para práticas excludentes identificadas em relatórios internacionais, como o Global Report da Elsevier (2017), que apontou a ausência de mulheres em comissões organizadoras de eventos acadêmicos, o que pode levar à exclusão de palestrantes femininas. “Será que isso ocorre também nas bancas de concurso e seleção? Isso precisa ser discutido”, questionou.
O Comitê de Equidade de Gênero da CAPES foi criado justamente para enfrentar essas desigualdades. Entre suas ações, está a inclusão de indicadores de gênero nas fichas de avaliação da pós-graduação e a previsão de novos editais baseados em suas discussões.
O presidente do CNPq, Ricardo Galvão, anfitrião do evento, reforçou a necessidade de iniciativas que não apenas reduzam desigualdades, mas também deem visibilidade ao trabalho de pesquisadoras, citando como exemplo o Prêmio Mulheres e Ciência.
Também participaram da conferência representantes do CNPq, da Finep, além das reitoras Adriana Marmori (Universidade do Estado da Bahia – Uneb) e Sandra Regina Goulart Almeida (Universidade Federal de Minas Gerais – UFMG), entre outras lideranças femininas da educação e ciência brasileiras.
Fonte: Capes